Aulas. Não está a ser um processo fácil. Por isso, também, não tenho falado aqui sobre o assunto.
Há anos que dou formação, felizmente o meu trabalho sempre correu bem e o feedback não poderia ser melhor, apesar de muitas vezes entrar em sala depois de ter chorado e gritado por não me sentir preparada e, basicamente, ser atirada aos lobos. Conteúdos que não eram da minha área, às vezes preparados em cima do joelho e sem ajuda que, quando solicitada, era "não estas a ter capacidade de gestão emocional". Mas, o que é facto, é que as formações corriam bem. Gerou-se um ciclo de aprendizagem contínua, auto-avaliação e exigência. Como trabalhei e dei formação a pessoas de diversas áreas [banca, multinacionais, IT, serviços, investigação,...], com experiências diferentes, foi sempre um desafio preparar-me para estar a altura. Gosto de desafios, gosto de estudar, de saber, de ser exigente comigo e de me superar, motivação que me trouxe até onde estou hoje e que impulsionou algumas decisões que tomei no âmbito profissional.
Super entusiasmada com as aulas e com as expectativas elevadas, o processo não começou da melhor forma quando soube com uma semana de antecedência que ia dar esta UC que [para ajudar] nunca tive, sinónimo de conteúdos totalmente novos. Estou a adorar preparar as aulas porque tenho aprendido imenso. Mas, confesso, 30 jovens adolescentes adultos pretensiosos, às vezes, não é fácil. De maneira que parece que vivo num carrossel. Há dias em que as aulas correm super bem e fico satisfeita com o meu trabalho, outros em que só me apetece desistir de tudo e ficar mais um ano em casa a trabalhar pro bono. Continuo a ter as minhas expectativas, as minhas referências, acredito que é possível um dia desempenhar o papel que quero da forma que o idealizo. Mas há um caminho, que é este. E. apesar de ascendente, como os professores com quem falo referem, custa. Bastante. Faz parte. É o início. É normal. Dizem os professores. E ninguém disse que ia ser fácil. Digo eu. Mas era tão melhor se todos os alunos fossem como apenas alguns são, interessados, colaborativos e não inconvenientes e gabirus [sabem tudo e não sabem nada, gabirus!;)]
Durante a licenciatura, o mestrado, tive professoras novas, que estavam a fazer o doutoramento, que foram e são uma referência. Tenho a certeza que nunca numa aula tive uma atitude menos correta como as que assisto, muito menos pelo facto de ter uma professora nova.
Tenho consciência de que há muito a melhorar. Aliás, ontem dizia à minha professora que seria o ideal poder recomeçar, sei que as coisas iriam correr muito melhor. No que respeita à segurança no meu trabalho. À minha atitude e abordagem. Alunos, vão continuar a ser um grande desafio...