Quando comecei a trabalhar, em Lisboa, numa consultora de formação [insistem chamar-lhe consultora de recursos humanos, mas nada se faz relacionado com os dispositivos de RH, a não ser formação], coordenava formação e trabalhava nos processos de certificação de entidades formadoras [boring, pelo menos na forma como se faziam inicialmente - primeiro ano - um verdadeiro "copiar, colar"].
Adeus desafios, criatividade, imaginação, vontade e motivação para mudar, fazer diferente, inovar...
Até que surgiu a oportunidade de dar formação. Muito receio, muitos nervos, mas a coisa correu bem. Aliás, bastante bem. Comecei a assegurar grande parte da formação dada pela empresa que, anteriormente, era assegurada por formadores externos.
Descobri uma paixão. Sair da minha zona de conforto, estar permanentemente atualizada, estudar, conhecer outros pontos de vista, outras teorias. Mas, acima de tudo, o contacto com as várias pessoas com quem tive o privilégio de trabalhar e o desenvolvimento da auto-reflexão e da auto-crítica. A vontade de fazer sempre melhor e superarmos sempre os nossos objetivos.
Formação. É do que sinto mais falta, se não é a única "coisa" de que sinto falta.
E a perspetiva de poder dar formação novamente [nem que sejam apenas estas 40H para já agendadas] está a consumir-me. Entusiasmo e motivação, nervoso miudinho, incerteza e insegurança face a uma nova empresa, a um novo método de trabalho e a novas pessoas. Sem aquela rede de segurança que era o conhecimento e o feedback do meu trabalho. Começar do 0.
Vai correr bem.