quinta-feira, 19 de maio de 2016

A Festa

Domingo foi o dia d' A Festa.
Não encontro no blogue registo da festa do ano passado, quando levei o andor com a Tia J. pela primeira vez. 
Encontro registos da festa há dois anos, aqui. Há três anos, aqui.
E há 3 anos escrevi...

ter consciência da velocidade do tempo porque parece que foi ontem "a Festa" do ano passado e do ano anterior e do ano anterior. Porque falamos na "Festa" desde cedo, porque ansiamos por esta reunião de família em que a minha avó prepara a canja de galinha, a chanfana, os negalhos, a sopa de pão, as costeletas de cabra, o bacalhau e o arroz de cabidela para todos com o maior amor e com a maior vaidade de quem sabe que tem uns filhos orgulhosos da cozinha da mãe. 
Mais uma vez a minha mãe e a minha tia madrinha [as meninas da minha avó] levaram o andor na Procissão,  este ano com o meu apoio e do meu primo F..
Pela primeira vez fiz o percurso todo da procissão e reconheci aquela aldeia onde cresci e, sem saber, fui tão feliz. Foi muito bonito.

Este ano não levei o andor, não fiz o percurso todo por causa da Laurinha.
No entanto o espírito, o pensamento são iguais.
Felicidade por estarmos todos juntos, nostalgia porque é uma data, um marco do ano que nos faz ter noção da passagem do tempo.

Este ano fomos ver a ponte que passei tantas vezes com a minha avó, para irmos a casa dos [bi]avós nas canas. 
Era tão pequenina e achava que aquele caminho, pelo pinhal acima, era o mundo.
Muitas recordações...das casas das avós.
As brincadeiras na sala da costura da avó, com restos de tecidos, alfinetes e botões.
As idas à beira-rio, aos quintais e aos animais.
A loja. As lojas. Os lugares místicos das casas. Encontrava-se tudo lá.
As casas e as vidas dos vizinhos.
As portas sempre abertas.
Foi, era tão fácil sonhar e ser feliz.
A aldeia onde cresci e, sem saber, fui tão feliz.